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Estou em Vladivostok!

Mais de 5000 quilómetros de avião, mais de 9000 quilómetros de comboio, mais de 200 quilómetros a pé. Para vos confirmar que do outro lado do mundo as coisas são iguais. Exploradores e explorados numa luta sem tréguas.  Com os explorados a terem como principal canga as suas ilusões.

Khabarovsk - Uma surpresa nos confins da Rússia

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Há cidades assim. Delas nada se espera, e talvez por isso criem um tão grande impacto. À porta do Estádio Lénine, este fala informalmente com um Guarda Vermelho, daqueles que na Praça Konsomol é homenageado no Memorial aos heróis da Guerra Civil de 18-22. Ao longo do rio, um Amur imenso que aqui espelha toda essa imensidão, num passeio fluvial de vários quilómetros. Dois parques infantis com hectares, bem no centro da Cidade, como se alguém trocasse em Lisboa o velho Parque do Alvito pelo Eduardo VII. Toda a Cidade foi desenhada a pensar nos que nela vivem. Ao longe, vemos a cidade nova, já brotada da Rússia capitalista, com seus arranha-céus. Imponente, moderna, crescendo pela proximidade com a China que fica a umas dezenas de quilómetros, mas que nunca será tão bela, tão racional, tão humana como a Khabarovsk soviética. A chama eterna arde num belo Memorial, onde são recordados os que morreram pela pátria e pela humanidade. Aqui, um pai passeia a sua filha pequena, talvez para lhe re

Uma terra prenha de esperança

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Os líderes europeus que acreditam ser possível dobrar a Russia deveriam ser obrigados a fazer o Transiberiano. Desde logo, para se verem à escala. Anões convencidos que são gigantes, porque assim se veem no espelho mágico que dominam. Depois, para se aperceberem da imensidão de recursos de que a Rússia dispõe. Água, terra, combustiveis, minas, e um povo rijo e unido, apesar dos triliões gastos pela CIA e pelo MI qualquer coisa a fomentar todo o tipo de nacionalismos e divisões. A Rússia é a ponte entre a Europa e a Ásia, mas a "Europa" terá de abdicar do colonialismo que impregna as suas elites. É provavel que enquanto dois blocos capitalistas, o confronto seja inevitável. Só o socialismo e o poder dos trabalhadores, libertando o planeta dos exploradores e de um modo de produção assente na concorrência, poderá libertar a promessa de um mundo de paz e prosperidade que emana desta terra. Já estivemos mais perto, é verdade. Mas tambem já estivemos mais longe...

O Lénine de Ulan Ude

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Em Ulan Ude, capital da República Buriática, em lugar destacado da sua Praça principal, encontra-se o maior busto de Lénine do mundo. A colocação de uma bandeira russa com o V resulta, no entanto, estranha. Tendo morrido há quase um século, Lénine não tomou qualquer posição sobre a operação militar em curso. Mas as suas posições anti-imperialistas e contra o chauvinismo grão-russo são claras e devem servir para alguma cautela. Os bolcheviques tanto são aqueles que votaram contra os créditos de guerra em 14, como aqueles que fizeram a paz de Brest em 18, cedendo um imenso territorio para conseguir a paz com a Alemanha, como são aqueles que derrotaram a agressão externa de 14 potencias na chamada "guerra civil" de 18/22. Mas factos são factos. E esta é a imagem da Praça Central de Ulan Ude, em 29 de Maio de 2022, uns poucos quilómetros a norte da Mongólia.

Sobre a barragem do Angara

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Visitámos hoje um gigantesco museu ao ar livre. A sua história merece ser contada. Quando a URSS decidiu construir a barragem no Rio Angara, vieram equipes para avaliar e preservar o património que ia ficar submerso, e com o qual se construiu este monumental museu ao ar livre, com mais de 10 Km de extensão. Uma barragem que por sua vez permitiu desenvolver a indústria da região, e cujas primitivas unidades aqui se encontram igualmente preservadas. Esta é a história, que pode ser apreendida com facilidade. Mas que não é a estória que nos é contada. Nem aqui. Há um esforço para fazer esquecer que a URSS foi muito mais que a vitória sobre o nazi-fascismo e a conquista do Cosmos.

Que coisa mais linda! Atrás é o Baikal...

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Pontes

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Em lugar de honra junto da Chama Eterna, em Irkurst, está um busto de homenagem ao General Beloborodov, natural de Irkurst, duas vezes Herói da URSS por feitos em combate em 1944 e 1945. Beloborodov juntou-se ao Exército Vermelho com 16 anos, para combater os brancos que dominaram a Região de Irkurst até 1920. Aliás, como a maioria dos Generais Soviéticos da GGP, que se forjaram na Guerra Civil.  É que não é possível honrar os Heróis da Grande Guerra Patriótica e esquecer onde se forjou o Exército Vermelho. Tornando muito díficil vender aos russos a falsificação, tão corrente no Ocidente, de que Stalin liquidara a direcção do Exército Vermelho.